sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O mar bêbado

A ONDA
 a onda anda
aonde anda
         a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
         aonde?
aonde?
a onda a onda
(Manuel Bandeira)
Este poema quase parece uma trava-língua por ser tão difícil dizer.  Mas, na verdade, as palavras balançam suavemente como as ondas do mar.  O ritmo da poesia imita uma onda porque tem uma fluidez sonora e repetição de sons. 
Manuel Bandeira rejeitou as formas tradicionais e neste poema ele utiliza palavras simples para melhor alcançar seu propósito.  Na poesia "Poética" ele diz que quer "o lirismo dos bêbados" e ler "A Onda" muitas vezes em voz alta quase produz uma sensação de embriaguez ou pelo menos tontura. 


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